Equilibrar as contas sozinho é uma tarefa muito difícil. São muitos gastos que precisam de nossa atenção: cartão de crédito, impostos, alimentação, lazer e muitos outros… perder o controle pode ser uma questão de tempo.
Para um casal essa tarefa é ainda mais complexa, embora o orçamento geralmente seja maior, se somados ambos salários, os gastos precisam de atenção mais que redobrada. A intimidade do casal não pode ficar apenas no âmbito amoroso, é necessário se abrir, quebrar o tabu do dinheiro e também compartilhar a situação financeira.
A maior dificuldade do casal em relação às finanças também é o primeiro passo para resolver uma situação adversa e começar uma vida em conjunto e saudável também no âmbito orçamentário, é preciso conversar, entender e chegar a decisões juntos.
Após dar o primeiro, em que o casal iniciou com sucesso a se comunicar sobre sua situação financeira, o primeiro assunto a ser definido é como irão se estruturar como casal e também pessoalmente. É muito importante que haja essa distinção, apesar de compartilharem sentimentos, objetivos e desejos, ambos também devem possuir suas metas e ambições individuais.
Nesta etapa, a intenção é entender como cada um lida com o dinheiro, a renda, maneira que gasta, como faz gestão do orçamento e observar se manter aquele estilo de vida e padrão de gastos realmente faz sentido, caso não faça, enumerar em quais aspectos pode haver melhora.
A estruturação de gastos pode ser feita de várias formas: dividido, cada um paga o seu e de maneira híbrida. E cada uma delas está correta e deve ser utilizada nos cenários mais apropriados.
Os gastos divididos, são aqueles que ambos têm em conjunto, por exemplo quando vão jantar, compram um bem que ambos irão usufruir, ou seja, situações em que realmente os dois são como um.
Existem também os gastos individuais, aqueles em que apenas um vai ter aquele bem ou usufruir daquele momento, por exemplo na compra de uma roupa, ou um almoço do trabalho, por quê seu par deveria dividir esse tipo de conta? Afinal, são momentos do cotidiano que o casal não está junto e seu dinheiro também não deve estar.
Mas nesta etapa de estruturação dos gastos definir o que será gasto do casal e individual é apenas o começo.
Estruturar os gastos, é o que vai realmente colocar em xeque se conseguirão ou não colocar tudo em ordem, neste momento, o casal deve fazer uma autocrítica de seus gastos e entender o que será dividido e o que permanecerá como gasto individual.
A partir disso definir quais deles são gastos essenciais (fixos), aqueles que temos todos os meses e são impossíveis de fugir, como: aluguel, financiamento, impostos, alimentação, internet, plano de saúde e etc. E quais são gastos não-essenciais (variáveis), que geralmente estão mais ligados ao lazer.
Uma boa maneira de equilibrar as contas para ambos é definir o quanto da renda de cada um será gasta com cada finalidade, esse é um processo que nunca acaba, o casal deve a todo momento entender quais são seus gastos, definir de forma objetiva o que será de cada um ou dos dois e estabelecer metas para que consigam cada vez mais otimizar seu orçamento.
Este equilíbrio pode ser atingido de diversas formas, mas uma boa dica na hora de dividir as contas é primeiro repartir o orçamento em duas partes, o ideal seria que até 50% da renda de cada um deles fosse usada para os gastos essenciais, e dessa parcela é necessário observar quais desses gastos são do casal e quais são individuais.
Enquanto 50% da renda é indicada para os gastos fixos, os gastos variáveis ficam com até 20% ou 30% da renda. Esses gastos são variados, mas um jantar a dois, por exemplo, é um bom momento para dividir a conta, enquanto um almoço durante o trabalho, se encaixa no orçamento individual.
Estes gastos não devem ser divididos igualmente, tendo em vista que dificilmente as duas partes do relacionamento vão ter uma renda igual, nesse momento é necessário entender que para nivelar um estilo de vida saudável e confortável para os dois é necessário proporcionalidade.